quinta-feira, 28 de maio de 2009
Epílogos
vídeo produzido pelo meu grupo uemguiano há uno atrás, ta mal acabado mas ta de boa!
cabe aqui no blog!
domingo, 24 de maio de 2009
os não-lugares
Para fundamentar este novo conceito, Marc Augé começa por discutir a capacidade da antropologia, tal como a conhecemos, em analisar e interpretar a sociedade actual.
Decide por isso construir a noção de sobremodernidade que se diferencia da pósmodernidade, na medida em que esta última é «concebida como a adição arbitrária de traços aleatórios» ao passo que a sobremodernidade releva de 3 figuras de excesso:
a) excesso de tempo por efeito da aceleração da história em que tudo se tornou acontecimento e que, por haver tantos acontecimento, já nada é acontecimento. Por isso, organizar o mundo a partir da categoria tempo deixou de fazer sentido.
b) Excesso de espaço por efeito da mobilidade de pessoas, bens, informações, imagens, o planeta se ter encolhido, e sentirmo-nos implicados em tudo, mesmo nos lugares mais remotos
c) Excesso de individualismo por efeito do enfraquecimento das referências colectivas, e porque as singularidades ( dos objectos, grupos) organizam cada vez mais a nossa relação com o mundo.
Auge define o lugar, enquanto espaço antropológico, como um espaço identitário, relacional e histórico.
O não-lugar será então um lugar que não é relacional, não é identitário e não histórico.
As auto-estradas, os aeroportos, as grande superfícies são exemplos de não-lugares.
Mas também «campos de refugiados, campos de trânsito, grandes espaços antes concebidos para a promoção do mundo operários e tornados insensivelmente o espaço residual onde se encontram os sem abrigo e sem emprego de origens diversas: por toda aparte espaços inqualificáveis, em termos de lugar, acolhem, em princípio provisoriamente, aqueles que as necessidades do emprego, do desemprego, da miséria, da guerra ou da intolerância constrangem à expatriação à urbanização do pobre ou ao encarceramento» ( Marc Auge, in Le Sens des Autres,1994, pgs 169
Os não-lugares são povoados de «viajantes» ou «passeantes» em trânsito. Viajam, solitários, nesses espaços de ninguém. São não-lugares livres de identidades.
No fundo, os não-lugares revelam uma nova forma de viver o mundo. Mas o retorno ao lugar pode ser o sonho dos que frequentam os não-lugares.
sábado, 16 de maio de 2009
Explicando a frase: O não-lugar é o contrário da utopia: ele existe e não abriga nenhuma sociedade orgânica
o lugar x não-lugar
DA SUPERMODERNIDADE À SUPERABUNDÂNCIA
O acesso físico ou virtual cada vez mais veloz e fácil torna o “mundo” cada vez menor, isso é, mais fácil de ser visitado, conhecido ou simplesmente reconhecido. Assim, tem-se a superabundância espacial. Porém, vale ressaltar que essa multiplicação de espaços se dá, muitas vezes, virtualmente, ou seja, é ilusória. Os “atuais” meios de comunicação, como internet, até mesmo a próprio telefone e a “indispensável” televisão, fazem a conexão entre espaços diversos e os seus usuários e possibilitam um falso [re]conhecimento de lugares nunca visitados realmente.
É nessa ilusão de abundâncias virtuais que o habitante da supermodernidade se encontra cada vez mais isolado e mais comum. Convive-se cada vez mais com “aparelhos eletrônicos” e cada vez menos com outras pessoas, buscando sempre uma identidade própria, um diferencial entre os demais.
A experiência de cidade do habitante da chamada supermodernidade se dá, na maioria das vezes, de forma pouco participativa. Porém, toda e qualquer participação é o que dá vida à cidade. É na relação entre o homem, o seu próximo e o meio em que vivem que a cidade em si se “transforma” ou se define como paisagens. Essas paisagens sofrem influências diversas – influência do tempo, do lugar, da política, dos interesses e principalmente do repertório de outras experiências do usuário da cidade. Cada paisagem urbana** é única. Tem sua singularidade. O habitante interage com a cidade através do seu olhar, da sua perspectiva, formando, adaptando e ou [re]organizando paisagens. As paisagens são sinais visíveis daquilo que se foi, daquilo que se é e daquilo que poderá ser.
No espaço da supermodernidade, onde a multiplicação de fatores (tempo, espaço) está mais evidente, as paisagens nunca são partes de uma totalidade já acabada. Elas são recortes de um todo – a cidade – em constante mutação. E é o excesso de informação, de interesses, de olhares, de códigos, de linguagens, de usuários, de lugares que determinam a superabundância das paisagens. As paisagens superabundantes se expandem em outras paisagens, gerando mais ou menos memórias, relações e imagens para a cidade
Resumindo...
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Cartografias rua Oiapoque
Cartografias rua da Bahia
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Fast food: espaço símbolo da supermodernidade
Entrevista com José Ângelo Wenceslau Góes
“As condições geradas pela vida cotidiana, implicam a relação do sujeito com as experiências de tempo/espaço e diversidade, características deste meio, que se refletem no modo de comer e de se relacionar com a alimentação, povoando alterações no padrão alimentar. O curto período de tempo que as pessoas têm para comer transforma-as num dos traços visíveis da caracterização do modo de comer atual, principalmente nos centros urbanos, com abreviamento do ritual alimentar em suas diferentes fases, da preparação ao consumo”. Essa afirmação é de José Ângelo Wenceslau Góes, professor no Departamento de Ciências dos Alimentos da Universidade Federal da Bahia, em entrevista concedida por e-mail à revista IHU On-Line. Graduado em Nutrição pela UFBA, José Ângelo é mestre em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras, e doutor em Saúde Pública pela UFBA, tendo sua tese o título Mudanças de hábitos alimentares e saúde: um estudo em Fast food.
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O fast food como característica da modernidade
O sistema industrial de alimentos desde os anos 1970 se impõe como o regime alimentar predominante no Brasil. Rosa Wanda Diez Garcia, nutricionista, avalia que fast food é “uma resposta do mercado ‘capitalista’ que diz respeito a oferecer comida + tempo e ‘familiaridade’ global”. Analisa ainda que “as condições geradas pelo modo de vida urbano implicam a relação do sujeito com as experiências diferenciadas de tempo/espaço e com a diversidade, características deste meio, que se refletem no modo de comer e de se relacionar com a alimentação, provocando alterações no padrão alimentar”. O setor de alimentação fast food passa a caracterizar a modernidade, pois o ato de comer ganha, a partir dele, funcionalidade e mobilidade, não se identificando mais com o território, pois se adapta às circunstâncias que a mundialidade impõe. As empresas nacionais de fast food também não se importam mais com os antigos costumes alimentares nacionais, não há mais oposição nacional-internacional no setor dos alimentos, eles se misturam formando um todo mundial. As pessoas realmente aderiram a esse novo estilo de comer, sem oferecer resistência ao “comer formatado” com o fast food, sendo um espaço símbolo da supermodernidade. Ao se observar a realidade brasileira, percebe-se maior adesão ao consumo de alimentos prontos ou semiprontos, em detrimento da chamada “comida caseira”. É assim que os fast food se disseminaram e hoje fazem parte dos nossos hábitos de alimentação. Fazer refeições fora de casa, comer em pé rapidamente, abandonar o “arroz com feijão” e adotar o hambúrguer eram hábitos inconcebíveis para o brasileiro, porém esta nova realidade se instalou no País.
artigo completo: amaivos