sábado, 16 de maio de 2009

o lugar x não-lugar

a principal característica do lugar é a identidade que o homem cria com ele. Ou seja, o lugar representa a construção física ou simbólica do espaço referido por todos aqueles que criam uma afetividade com esse lugar, dando a ele um sentido de pertencer ao mundo onde esse individuo vive. Além disso, o lugar é  ao mesmo tempo “princípio de sentido para aqueles que o habitam e princípio de inteligibilidade para quem o observa” (Augé, 1994:51).

O lugar se torna então um espaço específico para o indivíduo que mantém estreitos laços com o mesmo, ou seja, é único, assim como ressalta Rodrigues (1997:32): O lugar, como categoria filosófica, não trata de uma construção objetiva, mas de algo que só existe do ponto de vista do sujeito que o experiencia. É dotado de concretude porque é particular, único, opondo-se ao universal, de conteúdo abstrato, porque desprovido de essência. Além disso, é no lugar onde as relações sociais acontecem de forma positiva, ou seja, o lugar é o “espaço do acontecer solidário”. Essas solidariedades acabam formando os valores das sociedades tais como a cultura, economia, finanças, dentre outros e de que forma eles devem ser usados (Santos, 2005:253).
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para Augé (1994:102): “O não-lugar é o contrário da utopia: ele existe e não abriga nenhuma sociedade orgânica”. Assim, o não-lugar se torna algo real, onde as relações humanas ocorrem, porém de uma forma diferente de um lugar propriamente dito. Augé (1994:73), define então, o conceito de não-lugar baseado na identidade do indivíduo com o espaço: “Se um lugar pode se definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico definirá um não-lugar”. O não-lugar se caracteriza por um espaço constituído em relação a certos fins (tais como o comércio, transporte e o lazer) e pela relação que os indivíduos tem com esse espaço. Segundo Augé (1994:87): “Assim como os lugares antropológicos criam um social orgânico os nãolugares criam tensão solitária”.

O indivíduo, para usufruir dos não-lugares, deve primeiramente comprovar a sua identidade pessoal, para então, conseguir o seu anonimato. “O controle a priori ou a posteriori da identidade (do indivíduo) (...) coloca o espaço do consumo contemporâneo sob o signo do não-lugar: só se tem acesso a ele se inocente”. (Augé, 1994:93-94). Nos não-lugares todas as pessoas são anônimas e não possuem relações orgânicas entre si. O homem se torna então, um ser solitário, sem identidade com o não-lugar, pois ele não é um ser único, mas sim, apenas mais um no espaço.
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Os não-lugares da modernidade, segundo Augé (1994:85), passam a ser lugares onde as pessoas têm o seu comportamento padronizado por ordens criadas nas palavras, sinais ou imagens tais como “pegar a fila”, “é proibido fumar” ou “bem vindo”. Lugares que servem como meio para nossos fins (dependemos das rodovias e dos aeroportos para chegarmos em um determinado destino), ou como ele os denomina: locais de passagem.

3 comentários:

  1. Sou aluna de doc em arq em Sao Carlos, e achei seu trabalho de graduação de muito bom nivel! Não se se vc pensou a respeito, mas vale a pena publicar partes em revistas de arquitetura !! Será muito bem aceito ! Parabéns !! P.s. vou citar sua mono em um artigo q estou elaborando ! bjs !

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