Manifestantes fizeram uma ação divertida em protesto contra a proibição de eventos artísticos no local
Bruna Saniele - Repórter - 23/01/2010 - 16:06
TONINHO ALMADA
Barracas de praia, cangas, biquínis e calção compõem o cenário da Praça da Estação
Barracas de praia, cangas, biquínis e calção compõem o cenário da Praça da Estação
Belo Horizonte não tem mar, mas já não é possível dizer que não tem “praia”. Pelo segundo sábado consecutivo, a Praça da Estação é palco de uma divertida manifestação e se transforma em uma grande praia de concreto, com direito a biquínis, cerveja, esteiras, cangas, boias e até uma rodinha de samba e capoeira. A manifestação vem contestar o decreto municipal nº13,798 de dezembro de 2009, que proíbe a realização de eventos de qualquer natureza no local.
No início da tarde de ontem, cerca de 200 manifestantes, formados principalmente por artistas e estudantes universitários, invadiram a “Praia da Estação” para reivindicar o direito de usar livremente o local.
A manifestação, que surgiu a partir de um e-mail que ninguém diz saber a autoria que circulou nas últimas semanas, pretende contestar o decreto do prefeito Marcio Lacerda. “Ninguém sabe quem teve essa ideia, é uma manifestação sem líderes. Acho que podemos dizer que quem começou com tudo foi o Lacerda”, brinca um dos manifestantes, que não quis se identificar. “Eu acho superimportante esse tipo de mobilização e acho que o poder público tem como garantir a utilização desse espaço e mesmo assim garantir a preservação do patrimônio”, diz a advogada Nuria Bertachini, 30 anos.
Os manifestantes também estavam assinando um abaixo assinado, que dizia que ao impedir a realização de eventos e atividades culturais e de lazer na praça, o decreto contraria a Constituição da República. Segundo os manifestantes, caso a prefeitura não repense o decreto, a “Praia da Estação” deve continuar. “A gente não tem nenhum lugar para fazer show em uma área aberta como esta aqui em Belo Horizonte. Todo mundo que tem um mínimo de consciência vai abraçar essa ideia”, espera a estudante de Arquitetura da UFMG, Débora Dias, 23 anos. “O movimento está persistindo. A gente está aqui para ocupar, mostrar a nossa cara, e deixar claro que não concordamos com esse absurdo”, conta Jonnatha Horta, 29 anos.
De acordo com informações da assessoria de imprensa da PBH, não há nenhuma mudança prevista no decreto, que é uma forma de garantir a preservação do patrimônio. A assessoria não soube informar porque a fonte da praça não estava ligada ontem. Na última semana, de acordo com o secretário de Administração Regional Centro-Sul, Fernando Cabral, a fonte não foi ligada porque estava em manutenção. Ironicamente, a fonte funcionou normalmente durante a última semana e só foi desligada no sábado. para suprir a falta da água da fonte, os manifestantes prometem fazer uma vaquinha para pagar um caminhão pipa, como ocorreu no último sábado. A chegada do caminhão estava prevista para as 15 horas.
Apenas um incidente quase colocou em riso o caráter pacífico da manifestação. O artista Mauro Xavier, 50 anos, levou um barco de cerca de cinco metros para a praia de concreto, mas foi impedido de entrar na praça pela Guarda Municipal, que considerou que a presença de um barco no local contraria o Código de Posturas do município. Os manifestantes consideraram levar o barco para a “praia”, à força, mas desistiram da ideia para não acabar com o caráter pacifico da manifestação.
Meus parabéns ao Marcio, pois se a intenção é desviar o foco de BH ele está conseguindo, pois, somos vistos pela cultura, manifestações e diversos eventos realizados no local que promovem bh. Vamos a lá praia!!!
ResponderExcluirThiago Luiz Paes Queiroz
Praieiro da Praça